O Calor de Agosto e outros contos
Tradução de 4 contos inéditos de W. F. Harvey.
“O Calor de agosto”, sua melhor obra, que o argentino Julio Cortázar coloca como o mais bem sucedido caso de fantástico aberto da literatura mundial.
“Através do Pântano”, aparições fantasmagóricas em um pântano junto de um reverendo.
“O Relógio”, clássico terror em casa fechada.
“Os Dedo da Morte”, sua obra que fez mais sucesso por causa de um filme que ficou famosos nos anos 30 e 40 baseado nele.
William Fryer Harvey nasceu em 4 de abril de 1885 Leeds, Inglaterra.
Ele serviu na Grande Guerra, e, por causa de sua formação, de seus problemas de saúde e por ser Quaker, religião que impede o uso de armas mesmo para defesa pessoal, foi médico, primeiro do exército e segundo na marinha, chegando ao posto de tenente, porém piorando de vez sua saúde e criando problemas em seus pulmões que o perseguiram até a sua morte. Sua formação em medicina, embora não fosse sua profissão principal, atrás da de contista, se deu em Oxford.
Ele morreu com apenas 52 anos, em 4 de junho de 1937 em Letchworth, uma pequena cidade da Inglaterra onde passou os últimos anos de sua vida cuidando de sua saúde fraca, mas mesmo assim lançando vários livros de contos, incluindo um póstumo.
Ele morreu com apenas 52 anos, em 4 de junho de 1937 em Letchworth, uma pequena cidade da Inglaterra onde passou os últimos anos de sua vida cuidando de sua saúde fraca, mas mesmo assim lançando vários livros de contos, incluindo um póstumo.
A luta contra um pulmão fraco – não se sabe bem a doença – algo que causava grande sofrimento e que não tinha a menor esperança de cura na época. Quatro décadas com essa dor e a proximidade da morte, que podia acontecer a qualquer momento, até por isso sua escrita obstinada até a sua morte.
A Primeira Guerra Mundial, em que ele não lutou, mas viu de perto as trincheiras, os soldados morrendo baleados, lutas com baioneta – estilo que era quase medieval – explosões de artilharias, armas químicas, máscaras de proteção e ele estava lá, cerrando pernas e braços, apenas tentando evitar gangrenas. Dezenas, centenas de mortos em suas mãos.
Depois a vida no mar, onde virou tenente-médico, sempre com medo dos maiores perigos navais inventados até então: os submarinos alemães. Uma espera eterna pelo torpedo final.
A paz armada chegando ao seu derradeiro momento, a guerra. Décadas e décadas de potências se odiando e se armando para a luta, o mesmo sentimento que deve ter havido nos piores períodos da Guerra Fria, porém com a certeza de se realizar e de matar milhares, ou milhões.
A Gripe Espanhola, algo só comparado a Peste Negra, que é trazida pelos americanos e se espalha rapidamente por toda a Europa. Milhões de mortos, notícias todos os dias, vizinhos infectados, e tudo que se podia fazer era afastar-se deles e esperar eles morrerem sem se contagiar.
Esta foi a época e a vida de Harvey. Com isso, o autor só podia escrever Literatura Fantástica, pois sua realidade era fantástica, de uma forma muito negativa, de uma forma ligada à morte, como seus contos, e mais ainda, ligada ao Horror e ao Terror.